Seu João tem uma história de vida particular, diz que desde muito novo ia pra roça ajudar os pais e que sempre esteve atento ao pai e seus amigos quando se reuniam pra tocar pífano e zabumba nas festas e reuniões.
Assim, por observação e vivência foi pouco a pouco aprendendo musica, quando adulto se tornou um dos cantores da igreja e um dos protagonistas das manifestações religiosas que envolvem musica em Bananeiras. A partir da entrevista de seu João, foi possível estabelecer um fio condutor para as entrevistas seguintes.
O trabalho com audiovisual é sempre pautado num processo orgânico, com a rotina os profissionais envolvidos entram na dinâmica a ponto de se entenderem por olhares ou simples gestos. Neste documentário não foi diferente, a primeira entrevista estava permeada de ansiedade e um certo nervosismo, que foi sendo quebrado quando o contato com seu João se estabeleceu e tínhamos a impressão que conversávamos informalmente.
A entrevista foi boa, apesar da intensa variação de luz que interferiu bastante na fotografia, mas nada que a prejudicasse. Tivemos uns contratempos com o som por causa da musica em outras casas, aliás, isso sempre ocorria, mas como já disse antes, o povo de Bananeiras sempre esteve disposto a ajudar.
Ao final da entrevista, seu João tocou a matraca pra gente conhecer e captar este som. Ele explicou como se dava o uso desta na procissão: demarcação de que um pedido acabou e o seguinte pode prosseguir. Seu João ainda tocou sanfona, pífano e nos mostrou seu violão que estava com algumas cordas estragadas. Daí surgiu a idéia de comprar cordas novas para ele, inclusive porque também queríamos tocar.
No mesmo dia pela tarde, agora mais tranqüilos, fomos à casa de dona Terezinha, lembro que na primeira visita de pré-produção, o depoimento dela foi um dos que mais me chamou atenção por ela admitir a curiosidade que sentia pela Procissão dos Homens e por fugir escondida quando criança para observar o que acontecia ali.
Atualmente dona Terezinha continua participando da Procissão, embora esteja freqüentando uma igreja pertencente a outra religião. Seu marido, também entrevistado, diz não participar, pois diz que nunca foi muito dado a freqüentar a igreja.
Clarissa Rebouças, Jero Soffer e Dona Terezinha.
Ailton Ribeiro,Davi Caires, Lara Belov, Jero Soffer e Clarissa Rebouças.
Clarissa Rebouças
Clarissa Rebouças, Jero Soffer e Davi Caires
Davi Caires
Adorei o texto e as fotos que ilustram muito bem o clima do trabalho: denso e fino! Parabéns à equipe e estou super curiosa para finalmente poder assistir!
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